Bem vindo

No mundo ficiticio de Gor muitas historias se desenrolam, essa é apenas uma, nos links de blogs ha historias de outros que tem seus caminhos cruzados e costurados pela agulha do destino, suas vidas contadas nas trilhas desse mundo brutal.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

La Kajira


Eu ainda me recusava a admitir o que eu era, e agora odiava Yanko, não so por ele ter acabado com minha vida, mas tambem por ter me rejeitado como mulher. Resolvi ali , enquanto fazia de volta o caminho para Steel Core que isso nunca mais aconteceria.Tinha decidido levantar uma muro de pedra em volta de mim. Manter um distanciamento e um anestisiamento da minha alma. Quando Cheguei a Steel Core fui direto para os estabulos. Não esperei ele mandar e tão pouco queria ficar sob o mesmo teto que ele. Ele me chamou.
- Tome, eu comprei para voce . - era um colar em safiras, tão azuis quanto ceu num dia claro de manha. A joia era bela . " - Acho melhor guardar e entregar para quem voce realmente queira. Seria um desperdicio entrega-la a mim. - Vi os olhos deles faiscarem . O orgulho subir a face dele. Era eu agora que o rejeitava e me senti bem naquele momento.
- Entregar a quem eu quero? Nunca ouve uma mulher mais desejada que voce Hareena, desde o dia que a vi naquele dia sem o veu quando enfrentei o larl. Eu a quiz cada minuto da minha existencia, escalei muros e arrisquei a minha vida so para ve-la. Ao contrario do seu tio que negociou vc a mim em troca de ouro, eu jamais a abandonaria. Voce tem razão , devo guardar para entregar para alguem que realmente mereça o meu amor.
Aquilo veio como um tapa na minha cara. Era ele o menino do larl. Nunca imaginei que ele tivesse me desejado tanto. Compreendi a insistencia do meu tio, a pressão para que eu me candidatasse aos jogos de amor e guerra. Tudo fez sentido naquele momento e o vi pela primeira vez com outros olhos. Eu era amada e em todo meu orgulho eu não tinha me dado conta disso. Corri e me atirei aos pes dele implorando para ser sua.
Naquela noite ele me abriu, não entre quatro paredes, mas a céu aberto tendo somente as estrelas e o vento como testemunha. Eu entendi a verdadeira compreensão do que é ser mulher nos braços de um homem, a totalidade da minha sexualidade, o prazer que so a entrega pode proporcional. A beleza da fragilidade quando aos pes de um homem e o amor que uma mulher so pode conhecer  quando pertence, inteira, plena e totalmente a ele. Vi meus desejos explodirem pelo meu corpo, minhas carnes tremerem, meu suor escorrer e se misturar ao dele. Senti o que é ser bebida por um homem, sorvida em todo o seu sabor. Impregnei-me com o cheiro dele ,deixei minha lingua descobrir seu gosto. Me entreguei a lasciva dos meus desejos mais profundos e sucumbi as vontades obscenas de meu dono.Eu era dele e não tinha mais volta e tudo o que eu queria era estar aos pes dele. La kajira....era o que eu tinha me tornado.
Meu aprendizado ainda não tinha terminado, aceitar minha condição era apenas o primeiro passo. Mas eu não sabia  nada para agradar um homem. Minha vida restrita aos muros do palacios e aos meus desejos atendidos, me tornavam totalmente despreparada para isso .Ele não me cobrava nada do que não tivesse me ensinado. Yanko é um homem tranquilo a sua maneira, sempre com um sorriso desconcertante no rosto, um senso de justiça apurado, mas é servero quando precisa e aos poucos eu fui aprendendo isso. Ele vendeu a taverna, ali não havia pistas sobre o assassino de seu pai e ele achou por bem voltarmos para a estrada. O vagão foi carregado e os bosks atrelados. Acampamos em varios lugares, ele saia pela manha e retornava so no final da noite com a caça para o jantar. Eu cuidava do camp, ou pelo menos tentava. Me atrapalhava um pouco, como disse, nunca precisei trabalhar. Destrui as ervas tão preciosa dele, mas pelos pks, juro não foi de proposito. Voltamos para o povo do vagão, ele levantava ali, os nomes de pessoas que tinha estado no camp no dia do assassinato e com eles na mão, traçou o caminho para Turia. Medo? Sim, não sei o que vou encontrar la. ERa minha cidade, era meu povo, minha casa e o que restou da minha familia estão dentro daqueles muros. E volto não como lady, mas sim como uma escrava tuchuk e pelos pks , apenas desconfio o que vou encontrar. Seguro meu colar cada vez que penso nisso e procuro me convercer que não teria outro lugar melhor para mim, se não a coleira do meu dono.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Port of Schendi


Schendi esta localizada as margens do Thassa , onde o  rio Nyoka desagua. É o maior porto daquela região, com uma cidade que cresce as suas voltas sustentanda pelo comercio. Recebe produtos vindos de quase todas as partes de Gor, mas seu produto principal, são escravos. Ali se encontra a maior parte dos negreiros, legais ou não. Yanko tinha decidido que iriamo a Schendi comprar algumas coisas para mim e para a taverna. Schendi  ficava a um dia de caminhada pelas trilhas da selva e fizemos esse percurso, ele montado em seu Kailla e eu a pé, puxada pela leash. Eu ainda andava dando trabalho, mas ele tinha decidido que era a hora de eu trocar de roupas e cheirar menos a um bosk. Era a maior cidade que  eu via desde que tinhamos ido parar naquele fim de mundo e eu estava animada com possibilidade de um pouco de civilização. A população de Schendi é quase toda negra, o porto é o ponto mais movimentado, com navios carregados de escravos chegando e saindo. Devo admitir que fiquei com medo de ser vendida , ele cruelmente levantou essa hipotese. Oras, ruim com ele, pior sem ele. Pelo menos Yanko era um territorio conhecido para mim, ao passo que outro , bem...não me agradava a possibilidade de pertencer a outro, muito menos a alguem que pudesse não ser tão bonito quanto meu dono era. Ele comprou tudo o que precisava para repor o estoque da taverna e tambem, tudo o que uma escrava precisava. Sedas, sabão, perfumes, oleos e tecidos. Passamos a noite numa estalagem perto do porto e como de costume, lhe preparei o banho e servi sua comida. Ate aquele momento  Yanko ainda não tinha me aberto. O maximo que chegou foi me levar a um gozo em seus braços. Ele me pediu que vestisse uma das sedas que ele tinha comprado e que dançasse para ele. O que fiz de bom grado, muitos tinham sido os presentes que ele me tinha dado, e Hareena de Turia , sempre funcionou melhor com presentes. Ele me puxou para si e foi alem das caricias que ja tinha feito. Me tocou de uma forma que fez meu coração explodir, sorveu cada parte do meu corpo como se fosse o mais saboroso alimento.Me fez desejar ser dele, me fez querer desesperadamente ser sua. Exigiu que eu implorasse e eu o fiz. Como uma mulher que implora pelo toque de um homem, como uma escrava vadia que se ajoelha e admitie a sua mais completa rendição. Implorei para que ele me possuisse , para que ele me tomasse para si, implorei para ser dele. Ele disse não. Não auge do meu fogo escravo desperto ele me rejeitou, me afastou dizendo que não bastava, que não era o suficiente. Aquilo veio como uma bofetada em meu rosto. Com muito mais dor do que se ele tivesse me batido. Me senti humilhada, ferida em meu orgulho como se uma lança me tivesse atravessado, usada simplesmente para dar a ele a sensação de vitoria, diverti-lo ao me ver ali de joelhos a implorar por ele. Eu o odiei. E quando a manha chegou no dia seguinte ele me encontrou em pé, olhando pela janela do quarto. Eu estagva a mais fria das mulheres e por mim assim o seria, não me deixaria mais humilhar, não me deixaria mais me ferir, se ele quisesse me vender , que fosse. Ele percebeu e não sei ate onde foi a compreensão dele ou o que ele pretendia. Mas ele num discurso eloquente me ofereceu a liberdade ,moedas  e uma adaga para lhe enfiar no coração se assim fosse minha vontade. Acho que ele estava me testando, mas estava decidida a não cometer erros. Se tive vontade? Sim , eu teria enfiado aquela adaga no coração dele e girado para ver a expressão de dor em seu rosto. Mas uma escrava que fere um livre é empalada e ninguem acreditaria em mim. Para todos os efeitos, eu o teria matado, e liberdade?....eu olhei bem em seus olhos e respondi.
- Para que eu quero a liberdade que me ofereces? Voce ja me tirou tudo, minha vida, meu povo, meus direitos. A liberdade de nada me serveria agora, porque graças a voce , eu hoje não sou ninguem.
Gor é cruel e nada justa, muito menos para as mulheres. Uma mulher livre sozinha, é uma escrava pronta para levar uma coleira. Ele sabia. Eu nao tinham mais meu lugar entre o meu povo, nem meus direitos e nem minha fortuna. Eu não seria aceita. Perdi tudo quando virei escrava e isso não tinha volta, mesmo que ele me tirasse o colar. Era uma questão de tempo e eu só mudaria de dono. Se ele quisesse me vender que o fizesse, pelos menos eu teria uma chance melhor. E foi assim que voltamos para Steel Core. Um sem falar com o outro, fiz o caminho de volta a pé, mas dessa vez , ele tambem o fez comigo.

Steel Core - A Taverna


Foi nossa primeira parada. Atravessamos a pradaria e nos embrenhamos na floresta de Schendi. Chegamos a um forte de outlaws. Acredite, não é o lugar ideal para homens comuns, muito menos para um Tuchuk, acostumado a vida nomade e ao ceu aberto.Mas foi ali que ele quis fazer parada. Achava que poderia ter pistas do homem que destruiu seu povo. Tuchuks não são bem vistos, causam medo e não é a toa. As scars , o olhar selvagem e sobre tudo a fama de assassinos. Yanko pode ser mais letal do que qualquer um, e a dor é a sua especialidade. Nos permitiram entrar no forte. Na taverna Yanko procurou abrigo e foi ali que ele tambem recebeu a proposta que ia permitir ele ficar o tempo que precisasse ate ter as informaçãoes que queria. O dono da taverna tinha que fazer uma viagem e viu em Yanko a chance para tal. Mão de obra barata, e  ao seu ver , taverna cuidada e o estoque reposto ate a sua volta. Yanko assumiu a taverna, e mesmo se sentindo oprimido pelas paredes  ficamos ali por um tempo. Ele dizia que so os covarde se alojavam em lugares como aquele. Escondidos em construções de pedras e madeira, sem coragem de enfrentar o grande ceu em nome da segurança.Por vezes eu acordei e  o encontrei dormindo na varanda a ceu aberto. Organizamos o local e claro, o serviço sobrou para mim, eu era sua unica escrava. Logo eu que tinha tantas escravas para fazer todo o serviço e atender ao menor dos meu desejos, me vi obrigada a limpar o chão , tratar dos animais e fazer a comida. Detalhe ele não come nada que toque o chão , logo minha dieta tambem teve que se adequar ao gosto dele. Por vezes sonhei com um pedaço de sul macios e suculentos em minha boca. Ainda não tinha aceitado bem a ideia de ter que servir , a rebeldia da situação fluia mim constantemente. Ainda dormia com os bosks e na maioria das vezes , estava presa pela leash.  O lugar era agitado, um ataque ou dois por dia no minimo. O saco de pedras preso a minha coxa se tornou parte do meu vesturario e ganhei uma zarabatana que ele fez para mim. Devo admitir que ele teve paciencia comigo e foi mais condecendente com uma escrava do que eu o teria sido. Mas Yanko a maneira dele era severo,e  o sorriso zombeteiro no rosto, a mente agil davam a ele uma grande vantagem sobre mim.

O Massacre





Era tudo chamas e morte quando chegamos ao camp tuchuk. Yanko tinha sido informado da invasão por um garoto que tinha encontrado um dos sobreviventes proximo ao local aonde estavamos acampados. Foi rapida a ordem de juntar tudo e seguir para o camp de seu povo. Lembro da expressão estarrecida de seu rosto e a dor que vi em seus olhos. O cheiro de sangue pairava em meio ao de carne queimada. A cena me lembrou o dia da invasão do povo do vagão à minha cidade. Na guerra , não importa do lado em que voce esta, a cena final é sempre a mesma, morte e destruição.O lamento vinha dos velhos que tinham sobrado, era como um cantar meloso e lugebre que se misturava ao som do crepitar das chamas. As mulheres e crianças tinham sido levados, feitos escravos como se é de costume. Tampei meu nariz para não sentir aquele cheiro de morte que parecia impregnar todo o local. Yanko correu para o que restara do vagão de seus pais e algo que ele viu ali o deixou abalado e decidido a fazer da vingança seu objetivo maior. Eles estavam mortos, suas escravas tinham sido levadas e tudo feito pela mão de um inimigo que se julgava amigo. Naquele momento, apesar do odio que eu nutria por ele, me compadeci de sua dor. Eu sabia o que era ter sua vida transformada  e queimada daquela forma, ter pessoas que se amava arrancadas de voce. Tentei tocar o ombro dele para lhe dar conforto, mas ele não me viu, os olhos estavam fixos, molhados pela dor, nos ritos funebres de seu pais. A noite caiu rapida, o sol deixou o rastro vermelho de sangue manchado no horizonte. Eu remechia as brazas da fogueira quando ele se aproximou e disse que partiriamos. E tem sido assim desde então. Uma busca incessante por vingança, seguindo os passos de quem ele culpa pela destruição de seu povo. Sem morada fixa, vagando de campo em campo, de cidade em cidade, atraz da justiça para ser feita pelas suas mãos. Me pergunto quanto tempo levara para que essa dor o consuma e o destrua, mas é ela que o move, é ela que o faz se levantar todas as manhas e armar acampamento se colocando novamente em movimento. Tenho seguido com ele, sem muita opção arrastada pelo desejo de vingança. As vezes gostaria que ele parasse, que fincasse raizes em algum lugar, mas então lembro do que ele é , Tuchuk , e correntes de uma vida comum não são para ele

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

A Escrava



"ME SOLTE SEU ANIMAL....RAPHAR, FAÇA ALGUMA COISA!! "

Eu esbravejava quando ele colocou o colar em mim, ali mesmo, ainda amarrada ao poste. Aquilo era um pesadelo que não terminava, so ficava pior. O frio do metal no meu pescoço e o click ao ser fechado me levaram ao desespero. Eu gritava, enquanto ele passava a leash e me arrastava para o lado do povo do vagão. Eu chutava,  freava o passo, resistia... ele apenas ria. Odiei Raphar naquele momento por ter perdido, odiei o Tuchuk por ter vencido, odiei a mim mesma por ter concordado. Odiei aquele povo que ria e cumprimentava o campeão pelo premio se divertindo as custas do meu cruel destino.
Logo os gritos e festejo dos jogos ficavam para tras e eu estava num vagão sendo levada para o camp. Ter sua vida mudada não é algo facil. De livre , com todo o conforto que eu tinha me vi  com um colar no pescoço, em um vagão imundo, em meio a bosks e selvagens. A raiva e a indignação eram tantas que não tinha ainda deixado as lagrimas rolarem. Acho que no fundo ainda tinha esperanças de acordar e ver que tudo não passava de um sonho ruim. Acampamos assim que a noite caiu. Alguns homens acendiam o fogo, alguns outros levavam os bosks para o pasto, estavamos ainda ha boas horas de caminhada do Camp Tuchuk. As meninas de Turia que como eu tinham sido feitas escravas, se apressavam a aceitar sua condição e obedecer seus mestres. As meninas do vagao que tinham sido defendidas , escarneciam das novas escravas, fazendo da vida de cada uma ali um pequeno inferno. Eu tinha o meu proprio inferno:. o Tuchuk que me ganhara..

" - Quem penso que sou? Não, kajira.. eu não penso.. eu sou.. seu dono.. é isso que diz este colar que leva ao pescoço.. Yanko dos Tuchuks.."
E foi então que eu o vi me levar para o vagão  e sem se importar com meus protestos , perfurar meu nariz e me colocar um aro de metal em ouro, tal qual os bosks usavam. Ele me relegara aquela condição, a de um simples animal, apenas com menos valor, ja que os bosks são sagrados para eles. Mas eu não me dobrei, não me ajoelhei , nem fui submissa, ao contrario, ficava sempre em , a cabeça erguinda com os olhos sempre a desafia-lo e palavras desagradaveis em minha boca. Ele não me bateu , nem se quer foi bruto ou imapaciente ante os meus protestos , meus gritos e ofensas....sim poque com o odio que eu estava , minha lingua não se calava. Desfiava todas as ofensas  e insubordinações que eu conhecia. Mas ele parecia se divertir com meu genio, com as afrontas . A confiança dele chegava a ser desconcertante, ele me olhava e era como se soubesse que mais cedo ou mais tarde eu iria me curvar e essa perspectiva , parecia agrada-lo. Eu o odiava e se pudesse o teria matado.
Ele tomou suas providencias, passou sinos no meu tornozelo para indicar meus movimentos atraves do som, e picou meu belo vestido em tiras. Lembro da vergonha enquanto tapava com as mãos meu seios e me sexo e tentava me cobrir como podia, enquanto ele corria os olhos fascinados pelo meu corpo.

" - Está linda assim.. muito mais bonita do que com aqueles panos todos a lhe cobrir.. é bonita kajira.."

Hoje quando me lembro daquele dia e de como tudo aconteceu, sei que mesmo antes dele ver meu meu rosto quando arrancaram meu veu, ele ja tinha me escolhido.
Naquela noite , eu recebi meu castigo por tanta rebeldia. Despida e sem uma unica pele para me cobrir, ele me colocou para dormir a ceu aberto, junto com os  bosks que eu tanto odiava.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Jogos do Amor e Guerra




Minha vida transcorreu normalmente ate meus vinte anos. Meu tio Harkan, morava agora em minha antiga casa, com seu filho Raphar e suas escravas. Foi para la que fui levada. Aos poucos ele recontruiu a casa em sua grandeza e luxo, grande parte com minha fortuna. Ele era meu tutor, ate que eu completasse a maior idade ele era o responsavel por administrar todos os meus bens. Os negocios de meu pai passaram para o seu controle e o dinheiro tambem. Vivi como qualquer mulher livre bem nascida. Tinha belos vestidos, joias e escravas para me servirem. Vivia dentro dos muros e nos jardins da casa, sempre guardada por soldados que serviam meu tio . Eram os jardins meus lugares preferidos e era a companhia das escravas que eu tinha. A boa vida de meu tio e o luxo de meu primo dependiam do que meu pai tinha deixado para mim. Haphar tinha mais ou menos a minha idade, era um dos melhores guerreiros de Turia, mas era fraco, sempre controlado por meu tio e com uma tendencia a luxuria , bebedeira e jogos que consumiam muito dinheiro. Durante esses anos muitos pretendentes a minha mão  apareceram. Eu era considerada um bom partido. Recusei todos, ano apos ano. Não queria  contrato, apenas aguardava minha maior idade para tomar controle sobre tudo o que era meu, sem mestres, sem senhor, sem um homem para dirigir a minha vida.  Em parte meu tio não se desagradou, ele tinha planos para mim e para Raphar. Era do agrado dele o contrato em ambos. Eu tambem recusei meu primo e dessa vez meu tio não se agradou. Ainda me lembro da discussão, ele querendo impor sua vontade sobre mim. Mas eu tinha um genio dificil, herdado de meu pai e não cedi as suas pressões.  Então um dia ele me chamou ao seu escritorio. Os Jogos de Amor e Guerra estavam proximos. Esses jogos eram realizados a cada dois anos entre a cidade de Turia e o povo do Vagão. Uma tregua temporaria, onde se se combatiam tendo como premios as mulheres de ambos os povos.Jogos são do agrados de ambos os povose aquilo era mais que um jogo, um festa..era uma disputa entre aquela gente, onde a honra de cada povo estava em jogo. Em geral uma mulher livre não pode ser enviada sem a sua vontade, algumas são criadas com esse intuito, a serem premios nos jogos. Segundo meu tio, sua guilda devia apresentar uma mulher naquele ano e ele não tinha uma, sequer tinha filhas . Ele deixou bem claro que seria uma boa ideia que eu me apresentasse, como forma de retribuir toda a boa vontade dele nesses anos todos. Me lembrou o quao tolerante foi com meu genio, o como vinha administrando bem os meus bens sem nada receber em troca e de todas as vezes que ele não me forçou a um contrato. Me garantiu que Raphar seria meu defensor e que ele jamais perdia uma disputa. Não preciso dizer o quão indignada fiquei com o pedido, mas ele tinha sido bem convincente, seu eu participasse,  ele me devolveria a posse de meus bens, antecipando minha maioridade.  Faltava apenas um ano para minha maior idade, mas a  garantia de Raphar como meu protetor me deu sustento e eu aceitei.  Os jogos são algo impressionante de se ver, se voce esta apenas assistindo. Me lembro de como estava assustada por baixo de meu véu.  Em campo aberto, num territorio estipulado como neutro, os dois povos se reunem. De um lado em uma linha,  homens e mulheres de Turia, do outro, o povo das quatro tribos do vagão. A impressão que tive deles não foi boa, eu ja tinha o desprezo e o ódio guardado por aquele povo que matou meu pai e meus irmãos. Mas a visão deles era aterradora. Homens com cicatrizes coloridas, hediondas, nas faces que lhes davam um ar aterrador, modos barbaros, gritando provocações para o povo de Turia. No meio entre as duas linhas haviam postes onde as mulheres, tantos as turianas quanto as do povo do vagão, eram amarradas e tinham o veu arrancado. Raphar estava ao meu lado como meu defensor, quando um jovem Tuchuk deixou os olhos cair sobre mim e veio decidido, reivindicar o direito de lutar por mim.  O desafio foi aceito de modo arrogante por meu primo como era de se esperar, mas o jovem parecia não se impressionar ou temer a fama de meu primo. Lembro dos olhos azuis cintilando para mim, o sorriso seguro de quem estava certo que me levaria. Eu tive medo naquela hora, medo de pertencer aquele homem e orei aos Pks que nao me reservassem esse destino cruel, que guiassem a espada de meu primo e tirassem o sorrio do rosto daquele Tuchuk. O combate não foi longo, porem bem disputado e para  meu horror, o Tuchuk venceu.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O Começo


"Do veu que cobria meu rosto, da visão dos lugares que eu amava,  restaram apenas as lembranças...."   Hareena de Turia



 TURIA





Turia é uma cidade maravilhosa, erguida nas planicies de Gor bem ao sul. Uma cidade rica e luxosa  ergunendo-se imponente nas pradarias com seus altos muros brancos e  suas torres reluzentes.  Comparada a gloriosa Ar, dali saem os melhores produtos de toda Gor. Sedas, vinhos, joias, perfumes, escravos, e tambem mercadorias que chegam de todos os cantos do mundo. È possivel sentir todo tipo de aroma  e experimentar todos os sabores. Suas ruas pavimentadas, seus jardins , casas de banhos e lojas luxuosas fazem de Turia um lugar sem igual.. Uma cidade voltada para o prazer dos olhos e dos sentidos. Foi la que nasci . Eu venho de uma familia de comerciantes, a mais nova e unica mulher entre tres irmãos. Desde a grande invasão Tuchuk , onde pela primeira vez a cidade foi sitiada e invadida em seculos, eu não via essas paragens. Estava ansiosa para voltar para casa. Há dois ano tenho vivio entre o povo do Tahari.  As lembranças ainda são dolorosas quando lembro da  minha familia. Perdi minha mãe quando eu ainda era uma menina e fui criada pelas escravas da casa.Tive todo o luxo e conforto que alguem pode ter. Meu pai e meus irmãos morreram defendendo a cidade durante a invasão..Eles conseguiram me retirar de Turia a tempo e me enviar para a cidade de Tor. Os gritos, o sangue e o fogo, aquele dia jamais sairá da minha memoria. Naquele dia eu fiquei só no mundo.




TOR






O Tahari é lugar fascinante e a cidade de Tor uma joia inscrustada no deserto.Nada se compara a visão de suas torres banhadas pelo sol poente, a energia , o burburinho do mercado com a sua profusão de cores, e aromas pelas ruas. As vestes brancas dos homens, o negro do Haik que cobre as mulheres e o tilintar dos sinos nos seus tornozelos, se misturando ao doce som de flautas e cimbalos. O colorido diafano do Chalwar das escravas, o luxo das casas, os jardins sombreados, a varidade das frutas e sabores, Tor é como uma cidade que se conta nos contos, que voce so acha que existe em historias contadas para crianças. Mas não era minha casa, não era minha cidade , não era o meu povo, não eram minha familia. Eu tinha na epoca a idade de !3 anos quando fui levada para a familia de Shaphir, um mercador amigo de meu pai. Vivi entre aquela gente excepcional com todo o conforto que eles poderiam me dar. Cuidaram bem de mim e guardo aquela gente e aquelas terras de misterio e riquesa no meu coração. Um povo valente , corajoso, que faz das dificuldades que o deserto lhes impõe a força para seguirem em frente e  da agua o seu bem mais precioso. Mesmo de longe eu não os esqueço e desejo de todo meu coração , que a bolsa de agua deles nunca fique vazia.



 O LARL





Estavamos ha dois dias de Turia. A caravana tinha parado para montar acampamento, logo o sol se poria e traria a vastidão do ceu estrelado das pradarias. Eu tinha 15 anos e meu tio, irmão de meu pai havia mandado me buscar. Era agora o meu tutor e seria ele a zelar pelo meu bem estar e minha herança. Turia havia sido reconstruida  e retomava aos poucos a sua posição de outrora.O cheiro suave da grama, o sol que dourava as planicies....era como a visão do paraiso, eu estava em casa novamente e uma alegria imensa  tomava meu peito. Para desespero de Hagar, lider da caravana e homem de confiança de meu tio,  eu havia insistido em fazer a maior parte do percurso montada em Céu, a kailla que ganhei de Shaphir. Desmontei o animal enquanto os homens armavam  as tendas e acendiam o fogo. O barulho de uma cachoeira podia-se ouvir e insisti em me banhar para tirar o cansaço e a poeira da jornada. A contra gosto Hagar concordou, ele ja tinha descoberto que não era muito facil me convercer do contrario quando eu colocava algo em minha cabeça. Com duas escravas e alguns homem que ele designara para guardar a area a uma distancia que não tirasse minha privacidade, segui a trilha que dava num pequeno lago margeado por pedras e arvores , onde desaguava uma uma pequena cascata. Tirei o Haik negro das mulheres do Tahari e mergulhei nas aguas geladas do lago. Perdi a noção do tempo me deliciando nas aguas, as escravas me banharam  e sentada em uma pedra eu cantarolava feliz enquanto elas penteavam meus longos cabelos negros. Foi quando um grito quebrou o sossego. Lembro de levantar assustada enquanto procurava meu Haik e tentava me vestir, o rufar de cascos batendo no solo como trovões na pradaria se faziam ouvir , era o estouro de uma manada de bosk. Foi então que vi,  um enorme Larl que perseguia o gado em caçada. As escravas me gritavam para que saissemos dali, mas minha atenção estava presa na cena que se formava. Um jovem surgiu não sei bem de onde e se colocou em luta com o animal para defender a manada. Eu nunca tinha visto nada igual, a corajem do rapaz era surpreendente e vi quando ele confrontou o animal e caiu com o  primeiro golpe do larl. Lembro de prender o ar, e torcer por ele quando ele se atirou, mesmo ferido para cima do animal. Aqueles momentos pareciam horas, por fim o animal tombou morto de um lado e o rapaz ferido do outro. As escravas me puxavam para que saissemos dali. Nâo sei o que deu em mim, mas ao invez de atende-las eu corri na direção do jovem que estava banhado em sangue. Ainda tinha os cabelos molhados, só havia vestido a tunica do Haik  e tinha o rosto descoberto. Me coloquei ao lado dele e chamava por ele para ver se ainda estava vivo. Ele abriu os olhos de um azul intenso e olhou para mim. Com o  rosto crispado de dor em meio ao sangue ele me olhava fixamente enquanto as escravas me puxavam para que saissemos dali. Só mais tarde eu entenderia que tinha cometido o maior erro da minha vida, ele tinha vista o meu rosto. Ouvi gritos que indicavam que mais homens se aproximavam e cedi aos apelos das escravas. Estavamos agora em perigo. Corri com elas para a segurança do acampamento , lancei um ultimo olhar na direção do rapaz e pude ver a ajuda chegando. A noite a beira do fogo, no estalar das chamas eu pensava no corajoso jovem que tinha matado o larl e pedia aos Priests Kings  para que  ele sobrevivesse.