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No mundo ficiticio de Gor muitas historias se desenrolam, essa é apenas uma, nos links de blogs ha historias de outros que tem seus caminhos cruzados e costurados pela agulha do destino, suas vidas contadas nas trilhas desse mundo brutal.

quarta-feira, 23 de março de 2011

O Massacre





Era tudo chamas e morte quando chegamos ao camp tuchuk. Yanko tinha sido informado da invasão por um garoto que tinha encontrado um dos sobreviventes proximo ao local aonde estavamos acampados. Foi rapida a ordem de juntar tudo e seguir para o camp de seu povo. Lembro da expressão estarrecida de seu rosto e a dor que vi em seus olhos. O cheiro de sangue pairava em meio ao de carne queimada. A cena me lembrou o dia da invasão do povo do vagão à minha cidade. Na guerra , não importa do lado em que voce esta, a cena final é sempre a mesma, morte e destruição.O lamento vinha dos velhos que tinham sobrado, era como um cantar meloso e lugebre que se misturava ao som do crepitar das chamas. As mulheres e crianças tinham sido levados, feitos escravos como se é de costume. Tampei meu nariz para não sentir aquele cheiro de morte que parecia impregnar todo o local. Yanko correu para o que restara do vagão de seus pais e algo que ele viu ali o deixou abalado e decidido a fazer da vingança seu objetivo maior. Eles estavam mortos, suas escravas tinham sido levadas e tudo feito pela mão de um inimigo que se julgava amigo. Naquele momento, apesar do odio que eu nutria por ele, me compadeci de sua dor. Eu sabia o que era ter sua vida transformada  e queimada daquela forma, ter pessoas que se amava arrancadas de voce. Tentei tocar o ombro dele para lhe dar conforto, mas ele não me viu, os olhos estavam fixos, molhados pela dor, nos ritos funebres de seu pais. A noite caiu rapida, o sol deixou o rastro vermelho de sangue manchado no horizonte. Eu remechia as brazas da fogueira quando ele se aproximou e disse que partiriamos. E tem sido assim desde então. Uma busca incessante por vingança, seguindo os passos de quem ele culpa pela destruição de seu povo. Sem morada fixa, vagando de campo em campo, de cidade em cidade, atraz da justiça para ser feita pelas suas mãos. Me pergunto quanto tempo levara para que essa dor o consuma e o destrua, mas é ela que o move, é ela que o faz se levantar todas as manhas e armar acampamento se colocando novamente em movimento. Tenho seguido com ele, sem muita opção arrastada pelo desejo de vingança. As vezes gostaria que ele parasse, que fincasse raizes em algum lugar, mas então lembro do que ele é , Tuchuk , e correntes de uma vida comum não são para ele

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